Em 2002, o então desconhecido Jason Mraz ficou no estacionamento do Anfiteatro Gorge Washington com apenas um violão e algumas músicas originais, entretendo as pessoas que corriam para o local para um evento anual de três noites de Dave Mathews. Oito anos mais tarde, o resumo do sucesso: seu último álbum, We Sing. We Dance. We Steal Things, chegou ao Top 10, e seu primeiro single, a cantiga acústica "I'm Yours", ganhou um Grammy e detém o recorde de maior tempo em paradas de singles. Nada mau para um cara que começou com aulas de música na Davis-Lee High School, na pequena cidade de Mechanicsville, VA.
Mraz, 33, está atualmente em um estúdio de Londres, trabalhando com os colaboradores Martin Terefe e Sacha Skarbek no sucessor de We Sing... e se preparando para um tour nos E.U.A. este outono, incluindo um par de datas de abertura de ninguém menos que Dave Matthews em Wrigley Field, Chicago, 17 e 18 de setembro.
Mraz diz sobre o novo álbum, sobre a turnê e a vida em Londres, e reponde a perguntas apresentadas por seus fãs via Twitter.
Oi, Jason! Como esta indo em Londres?
Ótimo. Eu fui em um show Kris Kristofferson, o que não soa como uma coisa a se fazer em Londres. Ele tocou músicas gravadas por Johnny Cash, Waylon Jennings, Willie Nelson. Duas noites atrás eu fui para o cinema vi Inception no IMAX, a maior tela da Grã-Bretanha. Foi muito bom. Primeiro eu deixei a história se desenrolar e eu comecei a pensar: "Oh! Eu sei como isso acaba." Mas eu estava totalmente errado. Então... Fiquei agradavelmente surpreendido. É tipo a união de Matrix e James Bond.
Então, sobre o novo álbum: Como você vai chamar?
Hmmm ... Peace Canoe. É como o trem da paz, mas você sabe, uma canoa, que é um passeio muito mais suave do que um trem. Isso o torna mais consciente do seu ambiente. Neste ponto, o álbum poderia ter tantos resultados diferentes. Não sabemos se ele vai ser um disco de reggae, ou um álbum mais acústico, ou uma coisa jam band. Todas estas diferentes variedades estão nele.
Qual é o seu processo de composição?
Venho a Londres duas vezes ao ano e descarrego uma mochila de músicas com Martin Terefe e Sacha Skarbek, os dois que produziram o meu último albúm. Paul McCartney e John Lennon costumavam escrever uma canção por dia, então eu tenho a mesma filosofia. Mais ou menos às 11 da manhã, nos encontramos e imediatamente alguém tem uma idéia, seja uma notícia que leram ou um filme que viram -- alguém vem com algumas idéias musicais. Em seguida - boom! - temos algo iniciado no almoço e esperamos que até a hora do jantar tenhamos uma música decente, que pode viver por conta própria, independentemente da produção. Se você olhar o catálogo dos Beatles, você pode executar qualquer uma das músicas de várias maneiras e eles vão ser grandes canções, por isso não é necessariamente a produção.
Você está pegando a estrada em turnê no outono. Os fãs podem esperar músicas novas ao vivo?
Espero que sim. Eu preferiria estar fazendo um monte de material novo, só para ver como se sentem, porque eu vou voltar ao estúdio em outubro ou novembro para concluir o registro. Eu quero ver como eles se sentem, como traduzem, como eles evoluem. Músicas sempre ficam melhor depois que começamos a tocá-las ao vivo.
Conte-me sobre algumas das músicas especificamente.
Bem, o amor é um tema comum. Um dos títulos pensados para o álbum foi The Love Album. "In Your Hands" ou "I'll Leave It In Your Hands" é uma canção que eu escrevi neste fim de semana. Eu diria que é um conto fictício, mas baseado em fatos reais, e sobre como existem muitas coisas boas que você pode fazer sozinho, mas quando se faz com alguém é melhor. A letra é “Like motorcycles and for sure the Eiffel tower, they were made for two / A double bed has never felt so empty. What’s missing in my life is you / I’ll leave it in your hands now” [Como motocicletas e com certeza como a torre Eiffel: eles foram feitos por dois / A cama de casal nunca se sentiu tão vazia. O que está faltando na minha vida é você / Eu vou deixá-la em suas mãos agora.] É uma canção de saudade. Outro exemplo: eu escrevi uma canção para uma criança, em Gana, e trata-se de uma mão grande se ligando a uma mão pequena, um adulto se ligando a uma criança. Há rap, reggae, diversão, imaginação, sol, levantar o seu espírito, todo mundo batendo palmas nas mãos de acordo com o tipo da música.
Vamos para as perguntas de seus fãs ... Que música está constantemente presa na sua cabeça?
Você sabe o que é realmente foda? Eu não tenho uma canção na minha cabeça. Eu conto. Eu ando na rua e eu estou contando "47, 48, 49, 50..." Eu paro e penso: "Para que você está contando?" Às vezes me pergunto se eu estou me preparando para ficar cego. Eu li recentemente que é o lado esquerdo do cérebro que faz todos cálculos, e lado direito do cérebro que faz a poesia. De alguma forma eu me virei para a esquerda. Venho fazendo isso há anos. Talvez eu faço a arte de equilibrá-lo.
Quais temas você acha mais fácil de escrever?
Certamente o amor. Há um certo sentimento de doação, um certo sentimento de generosidade em canções de amor. Quando você canta uma canção de amor, você está dando algo para si mesmo, também. Você está cantando e lançando estas afirmações de amor para o universo. Ela ressoa em seu corpo de uma maneira que parece extraordinária. E se você está cantando para alguém, ou se estão cantando juntos, e de repente você está em harmonia, então isso é realmente fazer uma diferença enorme em um nível subatômico que realmente transforma o mundo.
O que fez você se tornar vegetariano?
Na verdade não sou mais um vegetariano tão rigoroso. Eu não passeio pela seção de queijo – eu nem sequer como queijo. Eu não bebo leite. Mas de vez em quando eu como um ovo. Eu vou comer os ovos das fazendas dos meus vizinhos de porta. Eu simplesmente optei por não comer comida de fábrica, os alimentos processados, apenas alimentos integrais, comida de verdade. Tudo começou assistindo diversos documentários e lendo diversos livros. Depois de um tempo que você simplesmente perde seu apetite.
Quem é a sua maior inspiração musical?
Eu deveria ter pensado em uma resposta para isso há oito anos. Hoje é Nas & Damian Marley. Eu escuto a KCRW online, e eu costumo deixar tocando lá em casa. A canção deles começou a se repetir um pouco, juntamente com a canção de Midlake, “Roscoe”, que é muito boa. Então, a minha maior inspiração agora são Midlake e Nas & Damian Marley. Eu poderia ouvir esses caras por cerca de 30 anos.
Qual foi a última canção que você ouviu?
Um amigo meu me fez um mix CD. Recentemente tomei café da manhã com o chefe da Atlantic Records, Craig Kallman. Ele é uma pessoa incrível, que talvez tenha a maior coleção do mundo de vinil. Eu disse: “Quais são as dez músicas que eu preciso ouvir antes de morrer”. Então ele montou um mix para mim e, infelizmente, não há os nomes das faixas nem nada. É um monte de groove raro e soul com alguns belos arranjos, composições, e as vozes que eu nunca ouvi antes. A última coisa que ouvi foi obscura e brilhante, e provavelmente foi cantada por Jesus e seus amigos. Eu não sei o que eles cantaram. Mas eu poderia usar o Shazam [aplicativo para iPhone que reconhece música]. É isso aí! Eu vou usar o Shazam!
Qual foi a última foto que você tirou com seu iPhone?
A última foto que eu tirei com meu iPhone foi de Martin [Terefe]. Ele tinha as unhas pintadas. Sua filha Hannah montou o “Hannah’s Pedicure Shop” na casa deles e fez pedicure na família inteira. Então, a imagem é dele sentado no sofá com os pés pintadas de rosa, e rimando palavras do dicionário. É uma foto sensual, na verdade. E a imagem anterior é do meu gato adormecendo nas minhas mãos. Sim, eu sou um “cat man”.
